Omnia vincit Amor

"Sinto como se não pudesse dizer o que sinto, não que me faltasse palavras e pode até ser que me falte, mas nada como escrever, com uma simples folha de papel, uma caneta de qualquer cor e nada mais que muita imaginação e algum sentimento no coração."


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

silêncio



      

Pior do que a voz que cala é um silêncio que fala.


Simples, rápido! E quanta força!Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis,pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse,esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude,depois de uma discussão.O perdão não vem, nem um beijo,nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável,o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir,pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos,expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.Quantas vezes, numa discussão histérica,ouvimos um dos dois gritar:"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua,o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche,o silêncio é um presente.Para os seguranças de um show de rock,o silêncio é um sonho.Mesmo no amor,quando a relação é sólida e madura,o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala.E fala alto.É quando ninguém bate à nossa porta,não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.

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